sábado, 29 de maio de 2010

UMA IRREVERÊNCIA NA CRIMINALIDADE


A edição do Jornal da Metrópole número 100 aponta um grave problema social na vida dos brasileiros. A Bahia passou a superar os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro com maior índice de criminalidade, medidos em 1º lugar Bahia com 64,16%, em 2º lugar São Paulo com 38,8% e em 3º ligar Rio de Janeiro com 23,3%. O problema da violência vem se agravando nos últimos 06 anos e o descontrole dos crimes está cada vez mais assustador, haja vista, que não existe um medidor de “causa mortis” para explicar porque tantas vidas são ceifadas de forma brutal e cruel.

Os programas sociais de inclusão dos jovens no mercado de trabalho não são suficientes? A liberdade em demasia está provocando nos criminosos o poder de matar sem punição? Ou na verdade as leis estão sendo ignoradas e tudo vai se arrastando sem medidas preventivas e urgentes para contornar os efeitos do crime. A onda de violência instalada por toda parte atinge até autoridades policiais que ficam refém da própria criminalidade. Os homicídios que antes atingiam pessoas comuns atualmente acentuaram em todas as classes sociais.

Não se pode apelidar essa mácula criminosa só de falta de segurança, mas também dos efeitos da má distribuição da renda per capita da população. É precioso reformular a pirâmide da renda nacional distribuída na menor fração da população. O índice de desenvolvimento do país atualmente aponta dados que contradizem com a realidade. A educação pública está sucateada, a saúde pública desmoronada, a moradia selecionada e a renda concentrada. Tudo isso em convívio nas mesmas cidades e nos mesmos estados, algo mais que perfeito para os mais miseráveis economicamente se enfureçam a praticar os crimes como forma de demarcar seus limites entre aqueles que os desprezam na sociedade como um todo. A escola, o emprego e a saúde deixaram de ser de todos (todos os pobres), ficando a favor da camada social mais instruída ou daqueles que servem apenas como mão-de-obra desse conjunto.

Cruzar uma avenida, entrar em um banco, viajar por uma estrada ou simplesmente sair de casa passou a ser algo onde temos que contar com a sorte. Porque se vacilar o bicho pega. Aí vem a pergunta. Pra que tanta riqueza? Por que tanta miséria? Isso não é o bastante para os gestores públicos repensarem numa nova fórmula para solucionar estas perguntas sem que ninguém mais morra e a sociedade possa viver com maior segurança e tranqüilidade.

A matéria exibida pelo Jornal da Metrópole em 20/5 traz de volta a velha reflexão para os eleitores que se assemelham pelo direito de exercer a democracia através do direito de votar, mas de não poder cobrar de volta o seu direito de cidadão. O Estado da Bahia com os seus 417 municípios e com uma população demograficamente crescente precisa de mais dignidade e mais ações que possam reverter essa triste realidade da página do crime.

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